um fato curioso, incomum, à beira do perigo, e por um outro fato ocorrido no sábado (11/02), um tanto assustador. felizmente, foi também engraçado. ou não.
o filme iniciaria às 22:05h. já havia passado disso quando ainda tentava imprimir o novo horário da universidade. desisti. saí às pressas, ainda confiante de que o tempo dos trailers antecedentes ao filme seria suficiente para que eu não perdesse o começo da aventura. além dessa confiança, estava receoso de que a bilheteria já estivesse fechada, o que resultaria em "uma viagem perdida", como se diz. enganei-me em ambos os aspectos. comprei o ingresso, peguei os óculos e andei a passos largos até a sala 6. contei 5 pessoas nela. escolhi uma poltrona e sentei. Tintin já havia comprado o barco e o estava levando para casa.
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foi a melhor "animação" que já vi até hoje, diga-se de passagem (segundo os regulamentos da
Academy of Motion Picture Arts and Sciences (Academia das Artes e Ciências Cinematográficas),
filmes criados à partir de captura de movimentos não são considerados animação. por esse motivo, esse filme não foi indicado ao
Oscar 2012 nesta categoria). costumava assistir ao desenho na infância com muito entusiasmo - a
tv cultura sempre reservou os melhores desenhos, na minha opinião. desde quando soube das gravações de "
The Adventures of Titin", aguardei ansioso por seu lançamento. por poucos dias, faria toda a espera ter sido em vão. esta é a última semana do filme em cartaz, aqui em Aracaju. mesmo dublado, foi muito bom. tenho a impressão de que o mesmo dublador do repórter, dava voz ao personagem antigamente. isso me causou certa nostalgia. sem contar com a tecnologia 3D impecável utilizada no filme. a imagem beirava a realidade, tamanhas eram a nitidez e a perfeição nos detalhes de tudo.
o filme acabou e lá estava eu abaixado, procurando meu celular que havia caído entre a poltrona em que eu estava sentado e a vizinha. "achei!". o relógio já tinha iniciado sua contagem de horas da quarta-feira. saí da sala 6 e deixei o cinema, mas não me dirigi ao carro. gosto de olhar as vitrines das lojas quando o shopping já encerrou suas atividades. e foi exatamente isso que fiz. minha primeira parada foi em uma ótica. há um bom tempo necessito comprar óculos novos, e aquela me pareceu uma boa hora para olhar com calma alguns modelos e, quem sabe, encontrar um que me agradasse. procurei de um lado a outro. agachei-me, aproximei-me e examinei. a quantidade era insuficiente para mim. queria mais opções. decidi ir à vitrine de outra ótica. no percurso parei numa loja de roupas masculinas. depois em uma livraria - que saudade dos livros. cheguei na ótica. essa tinha menos variedade ainda. segui para a próxima. no meio do caminho, um rapaz que fazia limpeza chamou-me "amigão" e perguntou se eu pretendia sair do shopping por aquele caminho ao qual me dirigia. parei e disse: "não, só vou ali". voltei a andar tranquilamente.
nesse horário, os únicos sons que se ouviam no local eram da enceradeira, das conversas entre os trabalhadores noturnos e das músicas tocadas em seus celulares, acompanhadas por seus assobios. muito diferente do seu horário de funcionamento. cheguei ao corredor da ótica e nele só havia um rapaz varrendo o chão já no final dele. na vitrine, alguns óculos me interessaram. passei em mais uma loja de roupas e então decidi voltar para casa. cruzei com o mesmo rapaz que me fizera a pergunta e continuei. uma mochila na
imaginarium me chamou a atenção e me fez parar mais uma vez. de repente, percebi um som que não notara antes. um
walk talk. não ouvi com clareza os recados passados pela outra pessoa para a que estava cada vez mais perto de mim. mas eu ouvi: "ele disse que só estava caminhando" - risos - "espere. não prenda agora." - chiados. enquanto isso, o homem que se aproximava de mim conferia se as portas das lojas estavam fechadas. "caiu a ficha". eu estava sendo interpretado como um possível ladrão! achei até engraçado, mas também fiquei um tanto indignado e depois apreensivo ao lembrar que no último sábado, um senhor de 39 anos fora assassinado nas dependências desse mesmo shopping, agredido por seguranças. mantive a mesma postura tranquila e confiante e segui em direção ao carro. respirei e parti.
"quem não deve, não teme". será?
respondo com outro ditado: "é melhor prevenir que remediar".
ufa!